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Corpo Criativo: onde tudo se autorregula

Por Deise Alves

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Há mais de 20 anos me dedico a investigar como o movimento e os eventos que acontecem no corpo são relevantes e determinantes para tudo que vivemos, como vivemos e o que somos. Além de ser a minha formação - sou graduada em Educação Física, artista do corpo, pós-graduada em Neurociência e Comportamento e Educadora do Movimento Somático, formada pelo Body Mind Movement, o movimento é tema central de minha pesquisa.

Nessa jornada, além do estudo intelectual constante, fui meu próprio objeto de estudo e experienciei distintas práticas físicas que me levaram a conclusão de que o melhor para a saúde é buscar “menos esforço para maior eficiência” (Moshe Feldenkrais). O que não quer dizer não fazer força ou não realizar atividades que envolvam intensidade, e sim, fazer o esforço necessário e suficiente para a manutenção da saúde de todos os sistemas que são integrados e interdependentes, garantindo também para o corpo-mente pausas e descansos restauradores.

O corpo humano, assim como a natureza, busca /es, um equilíbrio dinâmico de funcionamento orgânico que promove longevidade e potencial de propagação da vida, é um princípio de autorregulação atuante em nosso organismo vivo, o tempo todo, o gerador da boa saúde e funcionalidade. Portanto, o desequilíbrio ou a desordem nesse princípio resulta na falta de saúde ou na doença em si, já instalada. Nos cabe então, aprender como acessar esse princípio e viver a partir dele, sempre. O que seria natural, não fosse a dinâmica social estressante a qual estamos inseridos. Vivemos tempos de muita desconexão com a natureza biológica de nossa existência e nossa mente parece estar separada de nossos corpos, mas não está. Os pensamentos e sentimentos interferem no corpo e vice-versa.

Com esses conhecimentos e buscando respostas à pergunta sobre a importância do movimento na vida humana, fui estruturando a minha atuação profissional conforme presenciei muitas “curas”, muitos processos de repadronização neuropsicomotoras, mudanças comportamentais e emocionais, alívios de dores e conquistas de prazeres ao mover o próprio corpo, principalmente na possibilidade que alunos(as/es) encontraram no poder de se expressar pelo próprio movimento ou até de criar artisticamente sem passar por um processo elaborado cognitivamente, seguindo somente seus instintos lúdicos, tendo como condutor da atividade "a brincadeira", uma das maneiras de acessarmos o tal princípio autorregulador da saúde que citei acima, a homeostase. 

O que estou explicando me leva a ressaltar aqui uma descoberta científica que encheu meu coração de satisfação e que hoje baseia todo o meu trabalho - “O corpo sabe o que a mente ainda não se deu conta”, disse poeticamente António Damásio (neurologista e neurocientista português). A ciência constatou a importância que o corpo e o movimento tem na regulação sistêmica do corpo-mente e explica o que há milênios os povos antigos e originários, mais conectados à natureza, já sabiam e já praticavam: a escuta para os sinais do corpo e a possibilidade de, através do movimento, principalmente o subjetivo e criativo, encontrar o bem-estar.

“O corpo sabe o que a mente ainda não se deu conta”, disse poeticamente António Damásio (neurologista e neurocientista português). 

Por isso, somos seres vivos que brincamos, jogamos, dançamos, cantamos, tocamos. Instintivamente, como um ato de autorregulação psicofísica, como busca de alegria, prazer, satisfação e saúde.

Como usamos nosso corpo, nessa perspectiva, tem total influência em como vivemos nossa existência. A vida é movimento! Então, não seria prudente perguntar como estamos nos movendo? Qual é a qualidade desses movimentos? Por que e para que nos movemos? 

Pense nisso e considere manter seu corpo ativo!

Para mais reflexões e práticas, estou aqui para iniciarmos uma saudável troca.

 
 
 

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